Vanessa Castro - Psicóloga Clínica
“Os bons resultados não acontecem de um dia para o outro”
*Vanessa Castro ainda ponderou outras opções, “com medo de arriscar”, mas o empreendedorismo chamou por ela e apresentou-se como o caminho a seguir. À falta de estágios, criou um negócio próprio em que constitui parcerias com empresas e instituições que a ajudam na prospecção de clientes. O trabalho é “instável”, mais consultas num mês, menos consultas no próximo, mas a grande vantagem é a gestão autónoma do tempo, que lhe permite ter mais flexibilidade e combater o aborrecimento de um horário das 9h às 17h. *
Em junho de 2017, Vanessa Castro precisava de um estágio profissional no âmbito da Ordem dos Psicólogos Portugueses. A procura começou, “contactou inúmeras entidades para realização do estágio”, mas revelou-se infrutífera. À falta de respostas positivas, tomou o caminho que, “na realidade sempre foi a primeira opção”: o empreendedorismo. “Como as respostas foram negativas decidi tentar como trabalhadora independente. Demorei algum tempo a avançar porque tinha receio de arriscar, mas hoje estou convicta de que foi a melhor coisa que fiz”, afirma.
A experiência “tem corrido bem”. Desde então, trabalhou para conseguir parcerias e hoje tem duas das quais se orgulha: clínica privada “Reflexus K”, em Espinho, Liga dos Amigos do Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira. “Com o tempo, as parcerias foram aumentando e, por conseguinte, o trabalho”, refere, satisfeita com os clientes que têm chegado para consultas com esta psicóloga clínica.
Vanessa Castro confessa, contudo, que há um grande fator que acaba sempre por provocar um abalo no negócio: a instabilidade. “No meu caso, como trabalho a recibos verdes, não tenho estabilidade financeira. Posso ter um mês com muitas consultas e, no mês seguinte, ter um decréscimo, o que resulta num menor ordenado”, salienta. Por outro lado, a grande vantagem de trabalhar por conta própria é a gestão do tempo. “Como vantagens, destaco o facto de ser eu a gerir o meu próprio horário e não haver uma rotina diária fixa. Ou seja, não há aquele aborrecimento de entrar às 9h e sair às 17h, dia após dia”, afirma.
Chegou a procurar a ALPE no ano em que a pandemia rebentou, 2020, para constituir um novo projeto com uma colega, mas a sociedade acabou por não avançar. O conhecimento, porém, foi útil. “O apoio dado pela Adélia Antunes foi útil no sentido de perceber os passos que deveriam ser dados para a criação da empresa. São informações sempre importantes, inclusive para outros projetos que possa vir a desenvolver”, refere. Como conselhos para futuros empreendedores, sugere: “Planificar bem o projeto, não ter medo nem vergonha de pedir ajuda a quem possa orientar, ser resiliente e paciente, uma vez que os bons resultados não acontecem de um dia para o outro. E a entrega total ao projeto é fundamental”, realça.