Bússola Inquieta

Daniela Castro Soares nunca pensou ser empreendedora, mas as voltas da vida levaram-na nesta viagem alucinante. Começou com um projeto, a revista Magafone, mudou o âmbito da empresa para o Marketing e hoje a Bússola Inquieta dedica-se sobretudo à educação e formação em Comunicação Empática. Uma caixinha de surpresas? “Nós fazemos planos, mas a vida tem os seus próprios planos”.

Em 2021, Daniela Castro Soares dizia adeus ao trabalho por conta de outrem para abrir a porta desse mundo desconhecido que era, para ela, o empreendedorismo. Uma palavra que tinha ouvido uma ou outra vez, sem saber muito bem quem eram esses “bichos estranhos” a que chamavam empreendedores. Apesar de nunca ter pensado envergar essa capa, depois de uma pandemia devastadora e sem vontade de começar a enviar currículos, tirou da gaveta um sonho antigo: ter a sua própria revista. Em poucos meses, estava a sair para as bancas a Magafone, uma revista com carácter inovador que conjugava informação, lifestyle e cultura, em edições mensais impressas e digitais à venda por todo o país. “Foi uma loucura. Num curto espaço de tempo, construí uma estrutura que envolvia uma equipa de cinco pessoas, um escritório, viagens para a capital para fazer entrevistas e uma rede de fornecedores e parceiros”, conta a empreendedora.
Neste processo, a ALPE fez parte da concepção do dossiê para a candidatura à antecipação do subsídio de desemprego que precisava de ser feita ao Instituto de Emprego e Formação Profissional. “Quando quis lançar a revista, era mais um projeto de paixão do que um negócio e a Dra. Adélia Antunes trouxe a praticidade necessária para que saísse do papel. Eu não tinha qualquer noção de orçamentos, público-alvo, estimativas, e a ALPE ajudou nesse âmbito”, revela a promotora. A revista foi um sucesso de vendas, a esgotar em vários quiosques, e manteve-se ativa durante dois anos, até ao final de 2022. “A Magafone será sempre um projeto pelo qual tenho imenso carinho e que me deixou com memórias extraordinárias e um reconhecimento incomparável como profissional e como pessoa. Mas não era sustentável financeiramente, os custos eram muito superiores às receitas, e tive de tomar a difícil decisão, face a esta balança desequilibrada, de fechar a revista”, conta Daniela Castro Soares.
Desde então, a Bússola Inquieta, a empresa criada como base do projeto da revista, tem transformado o seu âmbito de atuação, ajustando-se à procura do mercado e às competências e interesses da empreendedora. O Marketing, e mais especificamente, a gestão de redes sociais tornou-se o cerne principal, mas outros trabalhos relacionados com a Comunicação foram surgindo, como a co-produção de um livro e a gravação de voz off para vídeos institucionais. Em 2023, uma nova área começou a ganhar algum destaque – a formação – e esse será, garante a promotora, o futuro da Bússola Inquieta. “A Bússola terá sempre Marketing, até porque alguns dos nossos melhores projetos, em termos criativos e de resultados, são de lançamento de marcas; mas a educação e formação têm um lugar especial no meu coração. Desde que dei a minha primeira formação, em 2020, ainda antes da Bússola, apaixonei-me por esta área e não mais saí. No ano passado, comecei a dar aulas a crianças nas AEC com um projeto-piloto que combina comunicação, inteligência emocional e desenvolvimento pessoal, e o caminho agora passará por aqui, pela Comunicação Empática”, refere a promotora.
Sobre os altos e baixos do empreendedorismo, Daniela Castro Soares não mente: “Nada no empreendedorismo é fácil”, aponta, complementando de seguida: “Mas as recompensas são enormes”. Como grandes vantagens, destaca a gestão flexível do tempo de trabalho, a oportunidade de experimentar várias áreas dentro da mesma empresa, de mudar de rumo sempre que necessário e de enfrentar desafios sem estar dependente de terceiros para tomar decisões. “Poderia fazer uma lista de contras também, mas a verdade é que quem nasceu para ser empreendedor e quer ter sucesso foca-se sobretudo na lista dos prós. Este não é um caminho para toda a gente, é para quem abraça a mudança com entusiasmo, para quem sobrepõe a coragem ao medo na hora de correr riscos, para quem tem a humildade de errar e aprender com o erro, para quem sabe construir boas redes de contactos que vão suportar o negócio nos momentos mais complicados”, afirma.