Com a marca *Mali Sha *- que em chinês significa Marisa - começou a dar consultas e a aplicar diversas terapias. A sua área é a naturopatia, uma medicina baseada no que a terra dá e no que o corpo já sabe fazer, se for bem cuidado. Alugou um pequeno espaço em Santa Maria da Feira e, aos poucos, está a erguer o seu projeto. “Ainda não é sustentável”, diz com um sorriso. Mas é real. É dela. E está a crescer.
Marisa é terapeuta e acredita que o corpo tem poder para se curar. Que as doenças não aparecem do nada. Que é preciso ir à origem, olhar para a alimentação, as emoções, o intestino, o sono, o passado, os traumas. A doença, diz, “não é um castigo, é um aviso”.
Estudou no Instituto Português de Naturologia no Porto, quatro anos de formação e dois de estágio clínico, onde aprendeu não só as técnicas de fitoterapia, aromaterapia, iridologia, homeopatia e barras de access, mas sobretudo aprendeu a olhar de forma holística para o seu humano.
Cresceu entre Espinho e Santa Maria da Feira. Durante muitos anos esteve ligada à área da construção civil, numa empresa familiar. Mas essa não era a sua praia. Era apenas o que fazia, não revelava quem era.
Desde pequena que sente um interesse especial por “mezinhas”, aquelas receitas caseiras que as avós sabiam de cor. Foi esta intuição que a levou ao reiki, e depois à medicina tradicional chinesa, pela mão de uma pessoa amiga. Um dia, a mesma pessoa lançou-lhe o desafio: “se tu gostas disto, vai tirar o curso de naturopatia.” E foi.
Ficou desempregada em 2024, e decidiu: “é agora ou nunca”. Abriu o espaço Mali Sha, deu as primeiras consultas, aplicou auriculoterapia, viu uma jovem deixar de fumar, uma senhora com dores crónicas a sair aliviada, sentiu a esperança nos olhos de quem chegava cético e saía a acreditar que era possível uma cura.
Hoje tem um sonho maior: “uma clínica em Santa Maria da Feira com várias valências, onde a naturopatia e a estética se complementem, um espaço integrativo, onde o paciente seja ouvido, orientado e empoderado”.
Não é contra a medicina convencional. Pelo contrário. Reconhece a importância dos exames, das análises, dos diagnósticos. Mas acredita que “o cuidado diário, a forma como comemos, sentimos e vivemos, é o que faz a diferença entre sobreviver com saúde e viver saudável”. É uma forma de viver e de respeitar o corpo.