Daniela Castro Soares conta com uma década de experiência na área do jornalismo e um currículo que abarca provas dadas em várias redações do Norte do país. Em 2021, ficou sem trabalho e agarrou a potencial “crise” para transformar um sonho em realidade: criar uma revista diferenciadora, versátil e que abordasse temas comumente relegados para segundo plano nas grandes arenas da comunicação social.
“Lembro-me de comprar todas as revistas que existiam nos quiosques, com conteúdos para adolescentes, e colecioná-las até ficar sem espaço no quarto”, recorda Daniela Castro Soares, a jornalista premiada por trás da revista Magafone.
O bichinho das revistas acompanhou-a pela vida fora e quando, em 2021, ficou sem emprego, soube que era o momento ideal para lançar o seu próprio projeto. “Senti que, com 10 anos de experiência em jornalismo, e passagens por várias redações e sítios diferentes, tinha a bagagem certa para avançar com a Magafone”, revela. Sem experiência, contudo, no mundo dos negócios, recorreu à ALPE para a apoiar nos primeiros passos deste percurso “completamente novo. Nunca pensei ser empreendedora. Sonhava em dirigir a minha própria revista e tinha umas ideias escrevinhadas num papel, sobre secções que gostaria de ter, entrevistados, design, mas pensei sempre que apenas seria o rosto do projeto e não a empresária a cargo dele”, refere.
Daniela Castro Soares salienta que “a ALPE foi fundamental” para perceber os apoios existentes dos quais poderia usufruir, assim como para preparar candidaturas a esses apoios e melhor acautelar gastos previsíveis e potenciais receitas. “Tinha a primeira edição da revista toda planeada na minha cabeça, mas não sabia nada sobre fornecedores, quantidades, orçamentos, público-alvo, nunca me tinha debruçado sobre essas questões e com a ALPE fiz esse trabalho”, diz.
Um suporte na construção do projeto Magafone que em poucos meses viu a luz do dia. Para a primeira edição, a empresária contou com profissionais da área da comunicação na sua equipa de produção, e a 14 de junho de 2021 nascia a Magafone, um sucesso de vendas na estreia tanto em encomendas on-line como em compras em quiosque. “Os telefonemas dos quiosques eram constantes a dizer que a revista tinha esgotado e a pedir para repor. As pessoas estavam curiosas e as que compraram adoraram. Não temos, até hoje, uma única crítica negativa à Magafone”, afirma a jornalista.
A Magafone destaca-se pelo seu carácter irreverente e impactante. Uma revista generalista, mensal e nacional que conjuga uma grande variedade de temas desde saúde, ambiente, viagens, culinária, maternidade, entre outros, dando sempre destaque a uma temática habitualmente descurada pela sociedade. “Como jornalista, uma das minhas missões é dar voz a quem não a tem e por isso já abordei temas como o racismo, o bullying, o Alzheimer, o cancro, o luto parental. São temas que não estão presentes nos grandes órgãos de comunicação social”, salienta. A revista tem fortes cunhos de sustentabilidade ambiental – as edições físicas são impressas em papel reciclado, embaladas em plástico reciclado e fechadas com uma cinta de papel de sementes que pode ser plantada – e de inclusão. Com sete edições já lançadas, a revista agora é apenas digital e todos os artigos podem ser consultados, comprados por edição ou individualmente, no site da revista. “A Magafone é o meu bebé e estou muito orgulhosa do caminho que fiz até aqui.
Não foi nada fácil, muitos altos e baixos, muitas lutas, muitas lições, muitos momentos de frustração e tristeza, mas o resultado está aí, a Maga tem uma comunidade forte que a adora e enquanto eu puder continuar com ela, as histórias chegarão até quem as quiser ler”, remata.